Descrição
O que um estudioso da Idade Média poderia ter a dizer sobre a revolta? Nada ou muito pouco, à primeira vista: a época medieval não é, justamente, uma idade de trevas, feita de crença cega e opressão brutal? Mas, sendo assim, como explicar o fascínio juvenil que ela continua a nos inspirar? Os castelos e igrejas, símbolos de poder temporal e espiritual, certamente não bastariam, como observa Patrick Boucheron nesta conferência irresistível sobre Como se revoltar?
Se a Idade Média nos acompanha desde a escola e não cessa de irrigar nosso imaginário adulto, isso se dá na exata medida em que ela é pródiga de figuras irreverentes e rebeldes, numa gama que vai do bobo da corte ao cavaleiro solitário, de Robin Hood a Ivanhoé, do herege ao camponês revoltado. Recontando algumas dessas histórias e lançando uma luz surpreendente sobre seus personagens, o historiador francês convida o leitor a visitar uma outra Idade Média, fascinante, contraditória e cheia de alertas e sugestões para os tempos presentes – pois, para Boucheron, “a história é uma arte da emancipação”.
Sobre o autor
Patrick Boucheron, nascido em Paris, em 1965, é um historiador especializado na Idade Média, em particular na península italiana. Depois de concluir os estudos na Escola Normal Superior de Saint-Cloud e o doutorado na Sorbonne, ensinou em diversas instituições antes de ser eleito em 2015 para uma cátedra no Collège de France. Entre seus livros, destacam-se Léonard et Machiavel (2008) e Conjurer la peur: Sienne, 1338 (2013). Intelectual presente na cena pública, Boucheron coordenou dois projetos editoriais em que tentou levar a prática de sua disciplina além do campo das histórias nacionais: Histoire du monde au XVe siècle (2009) e Histoire mondiale de la France (2017).