Descrição
Visões poéticas, assim como as verdadeiras transformações
políticas, são resultado de um lento e racionado esforço
quase monstruoso que vem, ao mesmo tempo, do corpo e
da imaginação. Como as estações, as visões e as revoluções
vão e vêm.
Não estamos, portanto, diante de um poema descritivo,
mas de um poema crítico. Uma crítica da história da França
que, às vezes, extravasa e pretende abarcar todo o Ocidente.
Rimbaud não descreve, ele delira as raças e os continentes
contra a história demasiado real de uma raça de cérebro
estreito que tirava o coro de bestas ferozes, pregava o batismo e
fazia os outros trabalharem. Uma raça imperialista de coloni-
zadores, de homens que se tomam por fortes, mas são brutais;
uma raça branca que faz o narrador declarar pertencer a outra
raça, inferior para toda a eternidade.