Descrição
“O feminismo, a pesquisa feminista acadêmica e ativista tentou repetidas vezes responder à questão sobre o que nós queremos dizer com o termo, intrigante e inescapável, ‘objetividade’. Temos gasto muita tinta tóxica e árvores transformadas em papel para difamar o que eles queriam dizer com o termo e como isso nos machuca. O ‘eles’ imaginado constitui uma espécie de conspiração invisível de cientistas e filósofos masculinistas, dotados de bolsas de pesquisa e de laboratórios; o ‘nós’ imaginado são os outros corporificados, a quem não se permite não ter um corpo, um ponto de vista finito e, portanto, um viés desqualificador e poluidor em qualquer discussão relevante, fora de nossos pequenos círculos, nos quais uma revista de circulação de “massa” pode alcançar alguns milhares de leitores, em sua maioria com ódio da ciência.”
Este capítulo originou-se de um comentário a Sandra Harding, The science question in feminism, Ithaca, Cornell University Press, 1986, nas reuniões da Western Division da American Philosophical Association, São Francisco, em março de 1987. A produção deste texto foi generosamente apoiada pelo Alpha Fund do Instituto de Estudos Avançados, Princeton, Nova Jersey. Agradecimentos especiais a Joan Scott, Rayna Rapp, Judy Newton, Judy Butler, Lila Abu-Lughod e Dorinne Kondo.
Donna Haraway é uma bióloga, filósofa, escritora e professora emérita estadunidense, no Departamento de História da consciência, na Universidade da Califórnia em Santa Cruz. É autora de diversos livros e artigos qe trazem questões como a ciência e o feminismo, como A Cyborg Manifesto: Science, Technology, and Socialist-Feminism in the Late Twentieth Century (1985) e Situated Knowledges: The Science Question in Feminism and the Privilege of Partial Perspective (1988), traduzidos para o português.