Neste ensaio, ao abordar temas como racismo, colonialismo, adultocentrismo, divisão sexual do trabalho e heterossexualidade obrigatória, Karina Vergara reconhece e articula as teorias lesbofeministas que, em sua análise crítica, nos instigam a pensar nas conexões do capitalismo com o patriarcado e como o sistema funciona para a manutenção do poder e da dominação. Dessa maneira, a opressão opera de modo diferente para os homens e para as mulheres, pois estas tornam-se duplamente colonizadas, submetidas ao domínio capitalista e, mais especificamente, à dominação masculina patriarcal. Ao ler a crítica visceral da autora, nos deparamos com a capacidade de resistência das mulheres, sobretudo ao escutar o chamado delas e assumir um compromisso histórico com a “terra, com a água, com os animais, com a flora e com as que nos acompanham”.

Siwapajti é uma planta silvestre utilizada pelas indígenas para o momento do parto, bem como para amenizar problemas menstruais ou realizar abortos. A recuperação dos territórios físicos, corporais ou simbólicos – bandeira de luta das mulheres indígenas – significa recuperar suas tradições e memórias. Este livro é um convite ao encontro com as mulheres, que podem representar a ruptura necessária para a construção de caminhos nos quais a vida na/da Terra se renove. Eis um chamado à insubmissão das mulheres!