Descrição
O romance se vale da cosmovisão indígena para apresentar o conflito entre os costumes dos povos tradicionais e a crescente sanha da sociedade ocidental pelo progresso econômico e pela modernidade. Inspirado na lenda dos homens de milho do Popol Vuh, um dos livros escritos pelos povos maias que sobreviveram até os dias de hoje, o texto se destaca pela linguagem poética, aproximando-se da oralidade e ganhando contornos fantásticos – o que insere o livro no contexto de “realismo mágico”. A obra é tão emblemática que foi selecionada para figurar na Coleção de Obras Representativas da UNESCO.
Dividido em seis capítulos que parecem contos interdependentes, a história se divide em dois momentos que se valem da alegoria para explicitar a luta entre o imperialismo ocidental e a tão enraizada tradição dos povos locais.
O primeiro momento gira em torno de uma comunidade indígena que se vê sob constante ameaça de estranhos cuja intenção é explorar comercialmente suas terras. O líder indígena, Gaspar Ilom, lidera a luta esses homens e acaba por provocar uma rebelião que culminará em tragédias. Já o segundo traz como protagonista Nicho, um carteiro que, na busca pela esposa perdida, abandona seus deveres e se transforma em um coiote, ser que representa seu espírito guardião.
Em 1967, ao entregarem o Prêmio Nobel de Literatura ao escritor guatemalteco Miguel Ángel Asturias, foi dito que ele era merecedor da gratificação “pela sua realização literária vívida, profundamente enraizada nos traços nacionais e tradições dos povos indígenas da América Latina”. Nenhum livro do autor representa melhor essas questões que “Homens de milho”, publicado em 1949 e ainda inédito no Brasil.



