Descrição
O Veganismo enquanto dieta foi definido em 1944, no Reino Unido, por Donald Watson. Tal conceito teve origem a partir de um grupo de pessoas que compunha a Vegan Society (Sociedade Vegana) do Reino Unido, a qual publicava newsletters sobre o tema de forma constante. Assim, esta obra realiza uma contextualização e análise históricas sobre a construção do Veganismo europeu, de forma a entendê-lo enquanto fenômeno e conceito que, desde sua forjadura, excluiu determinadas identidades políticas e participantes, apresentando-se como fruto de particularidades econômicas e políticas da época. A partir da análise das revistas da Sociedade Vegana de 1944 a 1954, em associação com dados sobre a política de guerra do Estado britânico acerca do racionamento de alimentos e políticas ao redor do mesmo, busca-se demonstrar como o Veganismo de origem europeia ainda se encontra em vigência fenomenológica e conceitual no mundo, manifestando-se como sociedade de consumo e estética. Dessa forma, o Veganismo assume o papel de um braço funcional do Capitalismo e possui as mesmas marcas presentes desde 1944. Através do mapeamento dos processos de violência e opressão que forjaram a América Latina, por intermédio das perspectivas feministas e do projeto decoloniais, esta obra traz críticas ao Veganismo, sua forjadura, fenômeno e conceito. Entender os veganismos enquanto projetos decoloniais e antiopressão é entender que eles não podem operar dentro de uma lógica capitalista, assim como é necessário que exista uma base ética e política para sua coerência.